Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Parolin recebe Prêmio pela Paz
- 20/05/2025
Em Nova York, o Cardeal Parolin recebeu o prêmio da Fundação ‘Path to Peace’ e, em seu discurso, recordou o desejo de paz propalado pelos últimos Pontífices
Da redação, com Vatican News

Cardeal Pietro Parolin presidiu a Missa do segundo dia do Novendiali neste domingo, 27 / Foto: Vatican Media/CPPIPA/Sipa USA via Reuters Connect
“Estou profundamente honrado em receber o Path to Peace Award” e “aceito em nome da Santa Sé e, sobretudo, em nome da Secretaria de Estado, que trabalha incansavelmente para e em nome do Romano Pontífice para promover a paz e a justiça no nosso mundo”. Com essas palavras, na segunda-feira, 19 de maio, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, recebeu em Nova York o prêmio que lhe foi entregue pela Path to Peace Foundation, criada em 1991 pelo então arcebispo Renato Raffaele Martino, quando era observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas.
“A honra concedida nesta noite transcende o pessoal e incorpora o espírito de colaboração que sustenta nossa missão sagrada em um mundo que clama por cura e reconciliação”, disse Parolin. E lembrou, a esse respeito, que no coração da missão da Santa Sé está o caminho traçado pelos vários Sucessores de Pedro em favor de um mundo sem conflitos. Neste 2025, que marca o aniversário de 60 anos da visita de São Paulo VI à ONU, o aniversário de 30 anos da segunda visita de São João Paulo II e o aniversário de 10 anos do discurso do Papa Francisco à Assembleia Geral, Parolin enfatizou como “cada Pontífice, em seu tempo, lançou luz sobre o caminho para um mundo mais justo e pacífico, oferecendo uma sabedoria que transcende fronteiras”.
As palavras dos Papas precedentes
O cardeal lembrou as palavras de vários Pontífices, começando pelo Papa Montini, que declarou “com clareza profética” em 1965 que a paz duradoura deve estar “enraizada na renovação espiritual e moral”. Essas palavras hoje “mantêm a sua urgência”, lembrando que “o progresso tecnológico sem desenvolvimento moral deixa a humanidade perigosamente desequilibrada”, ressaltou Parolin. Depois ele citou o apelo do Papa Wojtyła, em 1979, para que a humanidade se confrontasse com a sua capacidade de fazer seja um bem imenso quanto uma crueldade indescritível, enfatizando a dignidade intrínseca e inviolável de cada pessoa. João Paulo II baseou-se na “própria experiência de totalitarismo e guerra”, relatando o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial “não apenas como eventos históricos, mas como desafios morais que continuam a exigir a nossa resposta”.
E, mais uma vez, o secretário de Estado lembrou as palavras de Bento XVI quando, em 2008, afirmou as “verdades universais e imutáveis” nas quais os direitos humanos se baseiam e que a proteção da dignidade humana deve ser considerada uma responsabilidade coletiva” de toda a comunidade internacional. Assim como a insistência do Papa Bergoglio, em 2015, na “interconexão entre proteção ambiental e justiça social” e sua crítica à “cultura do descarte”. Agora, acrescentou, essa “tradição continua” com Leão XIV, que em suas primeiras palavras como Papa apelou para uma “paz desarmada e desarmante” como “uma força positiva” em um mundo “dilacerado por conflitos e divisões”. O secretário de Estado também observou a escolha do nome do novo Pontífice, que teve a intenção de enfatizar a importância da doutrina social da Igreja no contexto do progresso tecnológico atual que afeta a dignidade e a justiça humanas.
A colaboração entre a Santa Sé e a ONU
Nesse contexto, o cardeal reiterou que o prêmio concedido a ele “é um reconhecimento da relação de apoio — embora às vezes crítica — da Santa Sé com as Nações Unidas, e também um tributo a todos os indivíduos que ajudam o Papa na sua missão”. Ele repetiu que “o caminho para a paz deve ser percorrido com paciência e perseverança, com coragem e criatividade” e que “os Papas nos mostraram o caminho”. Além disso, acrescentou, as Nações Unidas devem continuar a “se renovar, não apenas institucionalmente, mas também moral e espiritualmente”. O impacto desse compromisso será visto não “em tratados ou nas resoluções”, mas na “transformação do coração humano em direção a uma maior justiça, compaixão e respeito pela dignidade de cada pessoa”, concluiu o secretário de Estado, agradecendo à Path to Peace Foundation por seu apoio à missão do observador permanente na ONU e à missão de paz da Santa Sé.
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