PGR pede condenação dos 10 integrantes do núcleo 3 da trama golpista
11/11/2025
(Foto: Reprodução) Primeira Turma do STF começa julgamento do núcleo 3 da trama golpista
A Primeira Turma do STF começou a julgar os dez réus do núcleo 3 da trama golpista. Eles são acusados de planejar o assassinato de autoridades e de pressionar a cúpula militar pelo golpe.
O ministro Alexandre de Moraes iniciou o julgamento com a leitura de um resumo da ação penal. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou as acusações contra os dez réus - nove militares de alta patente e integrantes de forças especiais, os chamados "kids pretos", além de um agente da Polícia Federal. Segundo Gonet, eles pressionaram autoridades das Forças Armadas a favor do golpe e planejaram o monitoramento, a prisão e o assassinato do presidente Lula, do vice, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.
“As investigações escancaram a disposição homicida e brutal da organização criminosa, que para isso se articulou e se lançou a providências executórias devidamente armadas. Os denunciados aderiram aos propósitos ilícitos da organização criminosa e contribuíram para os eventos penalmente relevantes em apreço. Em uma organização criminosa, os seus integrantes respondem pelos ilícitos por ela cometidos, uma vez comprovada a prática, por cada um, de ações concretas e dolosamente dirigidas aos fins buscados pelo grupo”, diz o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
O procurador-geral pediu a condenação de nove integrantes do grupo por cinco crimes, entre eles tentativa de golpe de Estado e participação em organização criminosa armada. No caso do tenente-coronel Ronald Ferreira Junior, a acusação de Gonet é por incitação ao crime.
Em seguida, foi a vez das defesas. O advogado do general Estevam Theophilo, que na época era comandante de operações terrestres, pediu a absolvição do cliente.
“Não há documento nos autos sobre situação de anuência do general Theophilo a nenhum tipo de intuito golpista. Ele não é mencionado em nenhum momento acerca de nenhum dos atos executórios, quer seja dos tipos que buscaram atentar contra as instituições democráticas, quer seja, excelentíssimos ministros, do tipo penal dos danos recorrentes das invasões dos atos de 8 de janeiro”, diz Diogo Rodrigues de Carvalho Musy, advogado de Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira.
A defesa do tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira criticou afirmou que Moraes não poderia julgar o caso porque seria uma das vítima da tentativa de golpe e pediu a absolvição do cliente.
“É inadmissível que se componha o quórum aquela pessoa que eventualmente seria neutralizada. Entendo que ela deveria se afastar de julgar até mesmo para dá credibilidade tanto aos acusados primeiramente de que vai ser feita justiça nesse caso”, diz Renato da Silva Martins, advogado de Rafael Martins.
Os advogados de Bernardo Romão Correa Netto, Fabrício Moreira de Bastos, Hélio Ferreira Lima e Márcio Nunes de Resende Júnior também pediram a absolvição de seus clientes, sob o argumento de que não há provas para condená-los.
O julgamento foi suspenso no início da noite desta terça-feira (11) e será retomado nesta quarta-feira (12), com os advogados dos quatro réus que não falaram nesta terça-feira (11). O julgamento só deve ser concluído na semana que vem, quando os quatro ministros da Primeira Turma votam para decidir se os réus devem ser condenados ou absolvidos.
Primeira Turma do STF começa julgamento do núcleo 3 da trama golpista
Reprodução/TV Globo
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