Cardeais brasileiros falam à imprensa sobre a eleição de Leão XIV
- 09/05/2025
Reunidos no Colégio Pio Brasileiro, cardeais informaram sobre as atividades dos últimos dias
Jéssica Marçal
Da Redação

Cardeais brasileiros concedem coletiva em Roma / Foto: Daniela Santos
Os seis cardeais brasileiros que participaram do conclave que elegeu o Papa Leão XIV concederam entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, 9. O encontro com os jornalistas aconteceu no Colégio Pio Brasileiro, em Roma. Também participou o Cardeal Raymundo Damasceno, que está em Roma, mas não participou do conclave por ter mais de 80 anos.
Esteve ausente na coletiva apenas o Cardeal João Braz de Aviz. Os demais, fizeram uma pequena explanação para os jornalistas sobre os trabalhos dos últimos dias. Na sequência, ficaram à disposição para responder perguntas e conceder entrevistas individuais.
O Cardeal Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou que esses dias foram uma experiência intensa de fraternidade. Ele comentou a convivência entre os membros do colégio cardinalício, uma diversidade que enriquece. “Poder ouvir esses homens contando um pouco de suas realidades, mas também suas expectativas em vista do bem de toda a igreja, é uma experiência única e marcada pela fé”.
O espírito do conclave
Em sua colocação, o arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer, expressou sua alegria por ter participado dos dois últimos conclaves – esse, que elegeu Leão XIV e o anterior, que elegeu Francisco – o que ele caracterizou como “vivências extraordinárias”.
Dom Odilo ressaltou que a participação em um conclave é uma experiência única, uma verdadeira celebração precedida de dias de reflexão, partilha e considerações sobre a Igreja e o mundo. Fazendo isso, os cardeais traçam um pouco o perfil do futuro Papa, sem expressá-lo de forma direta. Os critérios que movem são os da fé, trata-se de uma responsabilidade grande.

Jornalistas durante a coletiva do prelado brasileiro no Colégio Pio Brasileiro, em Roma / Foto: Daniela Santos
Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília (DF) contou sobre sua primeira experiência no conclave. Ele foi criado cardeal pelo Papa Francisco, assim como os demais presentes, com exceção de Dom Odilo e Dom Damasceno, cardeais há mais tempo. Ele ressaltou a missão de dar um novo Papa à Igreja, o que foi feito, inclusive, com agilidade, em apenas dois dias de votação. “Era nossa missão dar um Papa à Igreja e nós a cumprimos”.
Também presente na coletiva, o Cardeal Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) destacou o trabalho da imprensa, o sacrifício feito para levar ao povo brasileiro as informações que aconteciam em Roma. O purpurado lembrou que, no conclave, é Deus quem age. “É o Espírito Santo quem escolhe, quem faz, é claro que através de pessoas humanas”. Segundo ele, o próprio tempo — o fato de votarem em alguém sem muitas vezes se conhecerem bem, com tantas realidades do mundo — de forma tão rápida é ação do Espírito Santo. “Vemos como o Senhor vem conduzindo com carinho a todos nós.”
“Gratidão a Deus pelo novo Papa”
“Sou muito grato por poder participar desse momento e queria agradecer a presença de cada um que está aqui. Nós cardeais podemos agradecer também a essa multidão que rezou por nós. Eu recebi tantas mensagens e isso, certamente cada um que está aqui, poderá repetir. É essa união que devagarinho vai iluminando. Podemos agradecer a Deus pelo Papa que temos. Ele será ele, um homem dedicado, com uma visão extraordinária de Igreja e de mundo”, declarou o Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus (AM).
O Cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador (BA), também ressaltou o clima fraterno e respeitoso de diálogo e oração que marcou o pré-conclave e conclave. Um tempo forte de comunhão, também no que diz respeito, agora, à acolhida do novo Papa. “É um tempo de fortalecer nossa comunhão com o sucessor do apóstolo Pedro. Um tempo também de esperança e gratidão pela eleição do novo Papa”.
Como membro do dicastério para os bispos – organismo do qual o novo Papa era prefeito até então — Dom Sérgio encontrou o então Cardeal Prevost em algumas reuniões. Na coletiva aos jornalistas, ele partilhou seu jeito simples, fraterno, acolhedor e sempre atento. Também muito unido ao Papa Francisco, é alguém que demonstrava muito afeto pelo Brasil. Ele, inclusive, viria ao país como cardeal e teria uma passagem por Salvador, antes do falecimento do Papa Francisco acontecer.
Por fim, o decano (mais velho em idade) entre os cardeais brasileiros, Cardeal Raymundo Damasceno, partilhou sua experiência nas congregações gerais. Em uma delas, contou que pôde cumprimentar o então Cardeal Prevost e agora terá a oportunidade de cumprimentá-lo como Papa no encontro com os cardeais previsto para este sábado, 10. “Certamente o Papa Leão XIV será um grande promotor da paz, destacou. “Temos que louvar e agradecer a Deus pelo resultado deste conclave”
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